lunes, 19 de enero de 2015

... JE SUIS CHARLIE ?! - EU SOU CHARLIE ?! ...

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     Agora que se completa uma semana do massacre na sede da revista CHARLIE HEBDO, e depois de, como director de um orgão de comunicação, eu ser criticado pelo meu silencio enquanto outros estavam nas ruas, penso que, agora com a cabeça mais fria, chegou o momento de dizer algo a respeito de este tema.

    Antes de mais devo frisar, expressar, gritar … toda a minha repulsa a toda e qualquer forma de violencia, principalmente a que tem por base diferenças de opinião, seja qual seja o tema … incluso o religioso …

    Por isso jamais poderia evitar de explodir de raiva, impotencia e dor quando passam situações como os atentados de Nova Yorque, Londres, Madrid e agora, Paris.

      Sou um lutador pela liberdade de expressão e não aceito que, dentro de qualquer conceito, se proíba uma publicação de venda livre … quero dizer … qualquer publicação em que compra quem quer … se quer … quando quer … essa é a verdadeira liberdade.

    Então, preguntarão vocês … porquê este silencio … até hoje ?!!!

    Tenho uma ideia muito concreta sobre o que é (ao menos para mim) informação … é um conceito que forjei nos quase 20 anos de radio e jornais, e agora, televisão … CHARLIE HEBDO não é uma revista de informação, é uma revista de sátira, de critica humoristica … e é totalmente respeitavel.

   Jamais permitiria que um orgão de comunicação social sob minha responsabilidade, salvo por motivos de información concreta, enveredasse por caminhos delicados em que se pode tocar a sensibilidade de milhares de pessoas … deixo-vos dois exemplos concretos para que me possam compreender completamente …

    Imaginam a reacção dos portugueses se uma revista publicasse, por sistema, imagens satirizando por exemplo a virgem de Fatima?

     Imaginam a reacção dos sevilhanos perante uma publicação satirizando a virgem de Macarena?

    E … nada de confusões … não sou nem puritano … nem capelhista …

     Posto isto por escrito, reafirmo a minha total solidariedade com a familia dos assasssinados, com os sobreviventes que valentemente voltaram a publicar, esta semana, a revista … uma revista que respeito … mas que nunca comprarei.

    E deixo-vos algumas recomendações … que a arvore não nos tire a visão da floresta … quero dizer … que um grupo de anormais, que se dizem islâmicos, não nos faça descarregar a nossa ira sobre uma comunidade que não tem, por si, a culpa de estes actos violentos … nem que igualmente nos faça esquecer outras victimas, como o policia rematado (curiosamente tambem muçulmano), ou a policia recem chegada à profissão … ou muitas outras victimas espalhadas pelo mundo …

      Ah! E nada de ser tão ingénuos para acreditar que isto não voltará a acontecer … infelizmente … sabemos que sim … e quando menos o espararmos …


Sevilla, 16 de janeiro de 2015

 

 

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