lunes, 2 de febrero de 2015

... DE CASA À SALA DE PARTOS ...

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    No passado dia 27 de dezembro, ALBA chegou a nossas vidas … uma menina procurada, esperada … desejada …

     Fui um pai activo em todas as fases e, quando 24 horas antes fomos para o Hospital aí estava eu … firme … forte e disposto a ajudar mãe e filha no que fosse necessario.

      Pela situação geografica do nosso domicilio tocou-nos o HOSPITAL UNIVERSITÁRIO VIRGEN DE MACARENA, aquí em Sevilla.

    Tinham-me comentado que era um excelente hospital, com pessoal muito preparado e instalações tecnológicamente actualizadas … vos posso confirmar … essas informações eram totalmente verdadeiras …

      Mas não é por aí que vou …

    Entramos pelas 09 horas da manhã e em pouco tempo destinaram um quarto a minha esposa e deram-me autorização para estar presente.

    Devo acrescentar que a data estava combinada  com antecedencia pelo hospital … ou seja … foi um parto provocado.

    Deparei-me com um quarto indidual com toda a maquinaria de “ultimo grito” …

    Durante as primeiras horas as contracções eram suaves, embora, periódicas.

     Pelas 18 horas romperam a bolsa ameniótica e a coisa começou a complicar … no entanto … tudo muito lento …

     Foi, talvez, a noite mais comprida da minha vida … mas a minha não foi nada comparada com a noite que passou a minha esposa …

     Devo dizer que ALBA é a minha terceira filha e o segundo parto em que participo plenamente.

   Os esforços iam em aumento … houve momentos de autentico hiperrealismo …

    Antes de entrar na sala de partos consegui ver um pouco da cabeça da minha filha.

     Levaram-nos cerca das 15 horas … e, quando parecia estar tudo bem vejo que a cara da parteira muda e sinto-a perdida, procurando a opinião de outras parteiras e enfermeiras …

     A sua ultima opção foi chamar um médico que estava na sala ao lado e que havia terminado uma cesareana.

    Havia um problema com a colocação da menina que estava olhando o céu quando, segundo o médico, deveria estar de boca para baixo.

     Havia que usar ferros.

     Pediu-me que saísse …

    Fora, não estive mais que dois minutos num quarto do outro lado do corredor …

    Aí ouvi 3 gritos da minha mulher … um som que jamais havía escutado na minha vida … foram dois minutos em que a minha vida começou a circular em camara lenta … muito lenta … pela primeira vez apercebi-me que a poderia perder … senti na alma o vazio que seria a minha vida sem a minha companheira de todos os dias … dois minutos em que me senti perdido … impotente … o quarto som que ouvi foi o choro de um recem nascido … o choro de ALBA …

     Contei-vos a passos largos as 30 horas e 25 minutos que antecederan o nascimento da nossa filha … mas agora vos contarei como me senti ….

     Não consigo comprender o porquê de tanto sofrimento para poder ser mãe …

    Vivimos no século XXI, em pleno progresso tecnológico …

    Inventamos máquinas que viajam à Lua e a Marte … e não conseguimos deminuir o sofrimento das mulheres num parto ???!!! … o progresso, nesta matéria, se ficou pela invenção da epidural ???!!!

    Senti-me um completo neandertal … um homem das cavernas … estou seguro que as mulheres de esse tempo passaram pelo mesmo …. seguro que as mulheres dando á luz sempre sofreram … sofrem … e sofrirão … por uma razão muito simples … porque os homens não parem … se assim fosse tudo isto estaria solucionado há muito … muito tempo …

     Conclusões finais: quero deixar uma palabra de gratidão a todo o pessoal que nos atendeu, zeladores, auxiliares, enfermeiros … médicos …

   Quero deixar tambem um sentimento de imenso respeito a todos as mulheres em geral e à minha muito em particular.

     As mães são as grandes heroinas da vida … as obreiras do grande milagre … e, quando hoje em dia, um mês passado, escuto a amigas e vizinhas preguntarem a minha esposa como lhe foi o parto e a oiço dizer: “ Foi tudo muito bem” … fico pasmado … penso que fomos testemunhas de duas situações diferentes …

    A ti Laura … y a todas as mães ( a minha incluida ) dedico a disertação de hoje … é a minha simples homenagem a todas vós …



 
jorge peres - 27 de janeiro de 2015