Venho,
hoje, dedicar este “DISSERTANDO” aos muitos investigadores de
misterios e fenómenos paranormais deste país em geral, e de Sevilla
em particular, grupo onde tenho alguns amigos … e muitos
conhecidos.
E
alguns leitores se perguntaräo, entre uma ou outra sorrisa maliciosa
… “--- E quem é este para se dirijir a esse colectivo?!”
Hoje
em dia, sou aquilo a que chamais … um “investigador de sofá” …
mas nem sempre foi assim …
Em
1974, depois da Revoluçäo dos Cravos, começam a chegar a Portugal
publicaçöes sobre a existencia de extraterrestres, Ovnis, fenomenos
paranormais e uma imensidäo de temas até entäo proibidos.
De
imediato tornei-me um estudioso da matéria.
Em
1976 já me correspondia com gente que levava a temática muito em
serio.
Em
1978 fundei em PORTUGAL, CASTELO BRANCO, a minha cidade natal, o
GIC-78, GRUPO DE INVESTIGAÇÄO CIENTIFICA, com alguns amigos a quem,
como eu, lhes interessava o misterioso.
Em
1979 o grupo passa a chamar-se GIC-CB e estavamos na rua investigando
tudo o que era insólito, ou näo tinha uma explicaçäo clara.
Nesse
mesmo ano tornamo-nos membros do CEAFI, Centro de Estudos
Astronomicos e de Fenomenos Insolitos, agrupaçäo a nivel nacional
com sede no Porto.
Em
1980 demos uma conferencia sobre o tema Ovni para cerca de duas
centenas de pessoas incrédulas, com a presença de uma, das entäo,
autoridades espanholas na materia … o engenheiro Sanchez Bueno, com
bastante reprecussäo na imprensa a nivel nacional.
Nesse
mesmo ano iniciamos um estudo sobre médiuns na provincia da Beira
Baixa, Portugal, donde entrevistamos cerca de 200 pessoas
supostamente com poderes especiais, estudo que posteriormente
publicamos.
Durante
todo o tempo de existencia do grupo nos preocupamos com o estudo dos
espiritos e o possivel contacto com o “outro lado”, utilizando
metodos como a hipnose.
Depois
parei. Parei porque senti que havia chegado ao fim de um corredor
donde haviam algumas portas … e tive duvidas se as queria abrir …
ou näo …
Explico
… o processo de investigaçäo … entäo como agora … em
Portugal, tal como em Espanha, näo sofreu alteraçöes … hoje ha
mais gente investigando … e há outros meios tecnicos … mas o
mesmo fundamento.
Procura-se
um local onde parece haver algo de paranormal … vamos aí … e
muitas vezes (näo todas) conseguimos algo … e as vezes …
estabelecemos contacto.
Ficamos
contentes e felizes e voltamos a casa.
Aqui
é onde eu me sinto curto … penso que depois de ter feito o mais
dificil … o contacto … näo podemos ficar por aí …
Se
realmente creemos que hay espiritos … entidades … (o nome näo
importa) … e se conseguimos a interacçäo … ha que aprofundizar
o contacto … quem é? … que necesita? … que historia tem?! …
Este
trabalho näo se faz, ao menos até uma dimensäo que, penso, seria
muito importante para todos …
Entäo
retirei-me.
Agora
vos vou explicar o motivio que me traz a esta entrada do blog.
Há
uns dias estive na apresentaçäo de um livro sobre esta tematica,
escrito por um amigo meu, grande investigador … num local centrico
de Sevilla.
Na
mesa da apresentaçäo, além das entidades, podiamos ver diversos
aparelhos, utensilios utilizados pelos investigadores do paranormal.
No
final, um dos elementos da mesa começou a explicar o seu
funcionamento … até aquí, perfeito.
De
repente transformou-se a apresentaçäo de um livro numa tentativa de
contacto, com a recepçäo do que pareciam ser psicofonias.
As
mais de 130 pessoas presentes ficaram divididas … entre as
surpreendidas … as pedrificadas … as horrorizadas … e, claro …
as encantadas …
E
é aquí que eu quero deixar alguns reparos …
Neste
tema ha duas posiçöes possiveis … ou acreditamos … o näo …
Eu
me incluio no grupo dos que sim … acreditamos, em espiritos …
forças magneticas … teluricas … os nomes säo segundarios …
Se
acreditamos … entäo devemos tratar-los com respeito … jamais
transformar esse contacto num espectáculo.
Näo
podemos correr o risco de menosprezar o contacto.
Devemos
tratar os contactados com respeito … jamais diante de uma plateia
de centena e meia de pessoas … näo banalizemos o trabalho täo
importante de um investigador … näo façamos de esta actividade um
espectaculo … alguns fizeram isso há uns anos com uma ferramenta
de extraordinaria importancia … a hipnose … y ainda hoje muitos a
veem como um divirtimento de feira …
Por
isso, amigos investigadores … vamos ser serios … por favor …
näo façam isso ...
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