miércoles, 5 de junio de 2013

... O DIREITO À OPINIÃO ...









  Sempre pensei que, na minha vida, já havia passado e vivido situações politicas suficientes, e que a minha passagem pela vida partidária activa deixara em mim a vacina para que não voltasse a esses temas até ao ultimo dos meus dias.

  Mas … a própria vida muda, e o ambiente à nossa volta, neste momento, não é o mais indicado para reivindicar silêncios.

  É certo que vivo em Espanha, mas é igualmente verdade que esta crise é global, e que, no fundo, temos uma realidade comum.

  A este blog trazem-me, hoje, dois temas …

  Há poucos dias, numa entrevista a um dos principais canais de televisão, aqui em Espanha, a Antena 3, o ex presidente Aznar deixava antever o seu possível regresso à politica nacional.

  No dia seguinte muitos foram os que se levantaram em contra dessa possibilidade, alguns desde dentro do seu próprio partido.

  Veio-me à lembrança algo muito idêntico ocorrido em Portugal, quando Mário Soares lançou a mesma ideia.

  Devo deixar claro que, tanto Aznar como Soares não são santos da minha devoção … mas devo confessar que vejo com bons olhos o regresso de ambos à vida politica activa de ambos os países.

  E fundamento: penso que em Portugal e Espanha há um desesperante défice de bons políticos.

  Tentarei explicar-me melhor … os bons políticos, tal como os bons administradores públicos, ou os economistas mais capazes sabem que, em tempos de crise profunda, a exposição publica queima e prejudica a imagem politica.

  Neste momento estão ocultos, observando e esperando momentos mais oportunos … e é agora que mais os necessitamos.

  Então … pergunto … porque não fazer regressar das cinzas as fenixes, mesmo sem grande colorido?

  Penso que, o ressurgir dos dinossauros políticos faria sair das sombras os valores necessários e agora mesmo em stand bye

  Por isso … que voltem os Soares, os Guterres, os Aznares ou os Gonzalez … … de que temos medo? Ao fim e ao cabo somos nós quem tem a ultima palavra … nas urnas ou não?

  Passo agora ao segundo tema que hoje me traz a este blog … a Greve Geral, marcada para breve em Portugal, a exemplo do que já passou aqui em Espanha.

  Há poucos dias atrás, publicava eu, sobre o tema dizendo que me parecia muito estranho que, num país assolado por uma profunda crise económica, alguém pensasse numa greve geral, e perguntava se os dirigentes de ambas as centrais sindicais, tinham explicado quanto custaria a cada português tal greve, aderindo ou não a ela.

  Fui amplamente criticado, e, alguns leitores deixaram a ideia de que eu seria a favor de uma futura ditadura politica.

  Para os que já não se lembram, devo recordar que vivi desde dentro a revolução de Abril, fui militante activo e um partido de extrema esquerda, o MRPP, que abandonei quando as directrizes politicas, já depois da prisão de Arnaldo Matos começaram a enveredar por caminhos mais violentos que não já somente o debate e a discussão de ideias e ideais.

  Lutei pelo direito à greve, participei em algumas, e, em Castelo Branco, onde nasci e onde vivi esses conturbados tempos, fiz parte e alguns piquetes às greves e umas quantas vezes tive que correr diante das forças policiais quando nos tentavam dispersar.

  Agora que já ultrapassei claramente o meio século de vida, as coisas têm outra dimensão.

  Por isso penso e afirmo que em minha opinião (direito pelo qual também lutei), fazer uma greve geral num momento tão complicado, economicamente falando … é algo como dar um tiro no próprio , quando estamos caçando.

  Os milhares e milhares de euros que se vão … ou a produção que não vamos fazer não ajudarão em nada a conseguir mais empregos ou melhores políticas administrativas.

  É como que eu, sentindo-me fisicamente muito cansado, decida, para recompor-me, correr uma maratona.

  Sei que alguns não compartilharão as minhas ideias, mas eu respeito-os a todos … com a mesma deferência e educação que espero obter de todos vós.

  A minha posição, hoje em dia, sobre o tema das greves também ganhou outras matizes … … mas isso será tema para outra dissertaçãooutro dia

 

 

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miércoles, 24 de abril de 2013

... CRAVOS ... EM ABRIL ...

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    Há cravos que são para sempre, e cravos que nascem sem côr, ou, que a perdem aos poucos dias de vida … os cravos de Abril são eternos.

     Em profundos e terriveis anos de crise há os que apregoam a morte e caducidade desse cravo vermelho … são mentes paradas no tempo.

    Uma revolução nunca é futuro … é passado e presente … é um veículo, um paso, um preparar para o amanhã … em plena e completa evolução.

   Passaram 39 anos desse dia memorável e, vejo, alguns ficaram por 1974.

    Tudo mudou, meus amigos … o universo já não é o mesmo … o mundo já não se divide entre Estados Unidos e União Soviética … e a politica não está já amarrada em simples conceitos de esquerda o direita.

    Socialismo … comunismo … ou capitalismo, são agora, antologias históricas de ciencia politica e a realidade é feita de fusões de ideias.

    Cada vez mais seguimos pessoas em vez de ideologias … e isso é bom … mas, só é possivel porque a acção de uns quantos, pela vontade de muitos, levou a cabo uma revolução que mudou a vida e a historia de um país.

   Vivemos uma profunda crise que não é só nacional, mas que afecta todo o mundo … uns mais que outros … e há que crear soluções … politicas … sociais … humanas …

   Para isso necesitamos um espirito forte e conciso donde encontramos o simbolismo da data de hoje … sem extremismos … dogmas … o falsos milagres.

    E é num momento em que a classe politica, a nivel mundial, sofre os mais baixos niveis de credibilidade pública que eu e vós … simples cidadãos … levantamos a nossa voz inconformista e nos transformamos em indignados ... mas seguros dos ensinamentos de Abril-74, que mais não seja, escrevendo artigos como este, sem que passemos o resto deste dia entre grades.

   Há cravos que vivem pouco, independentemente da sua côr … mas este … o cravo vermelho de 25 de Abril de 1974 ... viverá para sempre.

 

 






 

 

 

 

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