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Tenho 53 anos.
Não me envergonho de assumir que despertei para a politica no dia 25 de Abril de 1974.
Incluso
a palavra politica era uma ilustre desconhecida para mim, 24 horas
antes dessa data.
Aprendi
depressa, como muitos outros.
As
coisas em Castelo Branco não mudaram assim tão depressa.
Nas
minhas actividades politicas, lúdicas e profissionais, mantive, ao
longo dos anos alguns contactos com a autarquia albicastrense …
umas veces mais pacificos … outras … não!
Conheci
pessoalmente tres presidentes de Camara, de dois partidos diferentes.
Nos
meus tempos de revolucionário de esquerda, que fui, cruzei alguns
minutos de conversação com o socialista Armindo Ramos, quase nunca
agradaveis … para esquecer ...
A
corrente politica durou-me pouco … em pouco mais de ano e meio
compreendi que os jogos de cintura necesarios para esse mundo, não
eram para mim.
Quando,
mais tarde, volto a subir oficialmente as escadas da Camara Municipal
de Castelo Branco, foi como responsavel de uma radio local recem
formada, a Radio Juventude predispunha-me a ser
recebido pelo então presidente da Camara, o social democrata Cesar
Vila Franca.
Inesperadamente,
a reunião decorreu num clima muito ameno e agradavel e daí nasceu
uma colaboração e ajuda que foram indespensáveis á posterior
legalização do emissor regional de Castelo Branco ( a propósito …
onde está?!!!).
A
Joaquim Morão conheci-o anos depois … eu era director de
informação da RJ e ele presidente da Camara de Idanha a Nova.
Rapidamente
me habituei ao seu elevado ritmo de trabalho e ao seu espirito
empreendedor.
As
leis do meu destino levaram-me a imigrar para Lisboa, e, mais tarde,
a emigrar para Espanha.
Já
não vivia em Castelo Branco quando Joaquim assumiu a edilidade
albicastrense.
As
mudanças não se fizeram esperar … em pouco tempo a cidade que me
viu nascer se tornou quase irreconhecivel para mim.
Cada
vez que voltava descobria algo novo.
Agora
que, por razões legais não se pode recandidatar, sinto-me livre
para escrever este texto e poder assim dizer-lhe (já que não tenho
a oportunidade de fazê-lo pessoalmente...):
“---
Joaquim Morão, muito obrigado pelo que fizeste pela minha cidade …
por voltar a colocar-la no mapa de um país parado. Obrigado por
deixar a tua alma de empreendedor nas nossas ruas e paredes. Não
estou de acordo com tudo o que fizeste (jamais te perdoarei o
teres-me tirado o ecran de cine do parque da cidade) … mas é um
trabalho imenso e profundo, o que nos deixas.
Não
sei, nem conheço quem virá agora … só sei que terá uma tarefa
dificil … manter, continuar e desenvolver o espirito de trabalho a
que nós, albicastrenses, já nos habituamos.
Aqui
estarei para escrever sobre tudo isso.”
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