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Confieso
que solo conocía a la señora Carrasco por los noticiarios de la
tele, o por lo que leo con regularidad en los periódicos.
Confieso
que tal vez, solo tal vez, no fuese una persona que me cayese
demasiado simpática … y que tal vez, solo tal vez, mis ideas
políticas no están totalmente paralelas con las suyas …
Pero,
la verdad es que ayer, martes, a las 17.30h de la tarde me quedé
impactado digiriendo la información de su asesinato.
Tormenta
de preguntas desconcertadas llenaron mi mente…
---
Por donde vamos?!
---
Hasta donde iremos?!
He
aprovechado mi vida, ya son ya algunos los años, entre otras cosas,
de estudiar líneas de pensamiento, corrientes filosóficas,
sociales, religiosas y políticas, algunas en que me siento en
oposición … pienso que solo podemos estar de acuerdo o desacuerdo
conociendo el otro lado…
Religiosamente
conviví y compartí ideas con mucha gente con quien aprendí a
construir mi actual consciencia.
Más
que buscar los detalles diferentes procuré puntos comunes… y he
encontrado al menos uno … una “ley universal” y que es
compartida por todos … “NO MATARÁS” …
Es
para mi inaceptable que se mate un semejante, y mucho menos que se
mate con total premeditación … y, una vez más, fue lo que pasó …
un frío y estudiado acto despreciable.
La
estupefacción me acompaña todavía … pero peor aún cuando empecé
a leer en las redes sociales algunos comentarios (pocos, felizmente)
justificando o simplemente aceptando el acto vil y negro.
En
un periódico de hoy alguien describía el acto como “salvaje y
animalesco” … ahí tengo que manifestar mi discordancia …
Los
animales son nobles por naturaleza y tan solo les mueve el instinto
de supervivencia física.
Los
animales están obligados a matarse entre si para comer y proteger su
vida, su familia … su rebaño … el ser humano … no!
Prefiero,
entonces, los animales que son lógicos, más puros y más justos …
y principalmente porque, al contrario de los humanos … los animales
no son crueles!
… a
la familia de Isabel Carrasco, sus amigos y compañeros de partido …
y a toda a sociedad española en general … mis más respetuosos
pésames …
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Sentado
na esplanada
onde, por costume, passo horas
escrevendo, olho á minha volta e
respiro profunda e solenemente este ar tranquilo que, para mim, só
este bairro tem …
Hoje
escrevo-te, Sevilla,
cidade maravilha …
A
ti te agradeço
…
…
recebeste-me de braços e pontes abertas, acolheste-me no teu ventre,
deste-me tecto
… lar
… esposa
…
Em
ti estacionei as revolucionárias
fases da minha vida
passada … os cruzamentos sem
sinais dos caminhos
do meu destino
…
Cheguei
a ti e … de repente … tudo mudou
…
A
tua luz,
como em nenhum outro sitio … o teu Guadalquivir
soberano … a tua catedral imponente
…
Mas,
muito mais que estes detalhes ao alcance de qualquer turista,
te abriste-me a intimidade
das tuas ruas
mais interiores.
Desde
muito cedo a nossa relação
foi profunda
… intima
…
Em
ti vivi
… em ti sobrevivi
…
Tu
fizeste-me crescer as minhas ideias …
os meus projectos …
Bebo
das tuas fontes
… como da tua historia
… apaixonei-me das tuas gentes
…
O
teu ritmo
passou a ser parte do meu sangue
… o teu trafico
corre pelas minhas veias …
os teus verões
fazem-me sudar a alma …
Agradeço-te,
Sevilla, por teres acreditado em mim
… mas, mais do que isso, por fazer com que acredite em mim mesmo …
O
destino fez-me soltar ancora
em Miraflores
… é aquí que, dia a dia, me sento
nas tuas pernas
e investigo … e estudo … para saber cada vez mais de ti …
E
te peço perdão …
Perdão
por não viver, como tu, a Semana
Santa … não me chega o fundamento
… mas impacta-me as formas
e o sentimento
…
Peço-te
perdão por não disfrutar da Feira
como a tua gente … mas o meu
espirito solitario afoga-se
em qualquer mar de gente
…
Mas
nem duvides, Hispalis …
sou teu filho
… de longe
… adoptivo
… adoptado
… mas muito convicto e fiel
…
Por
isso sou teu embaixador
… e promotor
… por onde quer que valha …
Defendo-te
e te divulgo pelos
quatro cantos do universo.
Já
o escrevi de
outras vezes, mas não me canso de repitir
…
Sevilha
é uma cidade
tão especial,
que aquí … até as ilhas são
mágicas ...
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Uma
vez mais, a imparavel viagem do nosso calendario por todo um ciclo de
12 meses, volta a apontar a data de 25 de Abril.
Em
Portugal, e depois e 1974, esta é uma data que, independentemente da
visão politica, ou simples opinião pessoal de cada um, não permite
a ninguém ficar indiferente.
A
prudente distancia que nos dão 40 anos, permite aos que, como eu,
viveram a “Revolução dos Cravos”, uma análise em consciencia e
sem a emoção apaixonada que nos dá a demasiada proximidade com os
factos.
Hoje,
posso evaluar tudo o que passou nesse dia, desde a altura dos meus 53
anos … as boas e as más decisões … os momentos de luz e de
escuridão … os mais … e os menos …
Em
Portugal, esta data, estando ou não de cuerdo, é um simbolo de uma
profunda mudança social e politica.
Mas,
comecemos por conhecer a definição da palabra “revolução” …
o dicionario da Real Academia Española diz : … revolução, do
latin “revolutio”, “uma volta”, cambio social,
fundamentalmente na estructura de poder o oranização, que toma
lugar por um período relativamente curto.
Contrariamente
ao que alguns pensaram despois da “Revolução dos Cravos”, uma
revolução não é um sistema de governo, nem um tipo de politica
permanente.
Uma
revolução tem um curto espaço de validade.
Em
Portugal tentou-se arrastrar o período revolucionário por mais
tempo que o necessário, as forças mais a esquerda, que lógicamente
estiveram por detrás do golpe, tinham intenções de que a mudança
fosse mais radical.
Cerca
de ano e meio depois, após o 25 de novembro de 1975, as coisas
começaram a normalizar.
A
“Revolução dos Cravos” teve uma importancia fundamental no
destino de Portugal e ficará para os anais da historia, a par de
datas como a declaração de independencia por D.Afonso Henriques em
1143, a restauração de essa mesma independencia depois de 60 anos
de dominação espanhola, em 1 de Dezembro de 1640, ou a da
implantação da Republica Portuguesa em 1910.
Erros?
Sim! Houve erros. Dois tipos de erros: os normais em cada mudança
social e os especialmente únicos.
Os
normais: a revolução de 1974 foi uma mudança, no momento, drástica
e isso arrasta complicações colaterais … de repente … tudo o
que era proibido passa a ser permitido … ninguém esta preparado
para que uma mudnça assim seja pacifica.
No
processo ganharam-se consciencias e liberdades, mas também se
perderam alguns valores, concretamente familiares … foram
necessarios cerca de dez anos para voltar a recupera-los em parte …
foi o preço a pagar.
Depois
… os erros especialmente unicos … primeiro a tentativa de manter
um governo militar … não esqueço o COPCON … as expropriações,
algumas justas, mas muitas outras selvagens … e o método ineficaz,
apressado e caótico de por fim a uma guerra colonial que foi um dos
pilares que levou a organização do golpe.
Hoje,
40 anos depois vejo a gente que se confunde um pouco.
Em
plena crise economica, hoje tenta-se procurar culpados e é muito
fácil acusar uma mudança de há quase meio século, sem olhar á
volta e tomar consciencia de um problema que existe a um nivel
practicamente mundial.
Os
problemas de Portugal sofre (e não é o unico país) tem dois
motivos – a crise internacional e o crescente déficite de
inteligencia das classes politicas.
Não
me vou a alargar muito mais com as minhas reflexões, mas não quero
terminar sem deixar alguns pontos de ponderação que me parecem
importantes …
não
gosto de ouvir ou ler que a “Revolução dos Cravos” foi um
acto sem derramamento de sangue …
Nesse
dia de 25 de Abril de 1974 morreram em Lisboa, 7 pessoas, na sua
maioria alvos de metralhadoras G3 disparadas desde dentro da sede
da policia politica do regime deposto horas antes, a PIDE-DGS.
Penso que é
uma falta de respeito para com as familias dessas victimas não
valorizar o seu sacrificio.
Por
outro lado, necessito que alguém me explique de numa vez por
todas, porque jamais se dignificou a figura do Capitão Salgueiro
Maia, fundamental em todo esse dia, a ponto que ainda hoje a sua
viuva, tanto quanto sei, não recebe qualquer pensão a que tem
direito, enquanto nestes 40 anos se medalharam a ex membros da
referida antiga policia politica.
Y
como remate … a todos quantos, nas minhas viagens a Portugal, oiço
dizer que preferem mais estar no regimen anterior á revolução
(chego a escutar o nome do dictador Salazar) vos digo:
…
a “Revolução dos Cravos” permitiu a que foi a mais valiosa
conquista … a liberdade de pensamento … o fim á censura e á
perseguição politica … ou seja … permitiu que essas mesmas
pessoas possam manifestar publicamente a sua opinião sem medo a
“desaparecer” no dia seguinte … ao menos isso não tem
contestação.
A
ninguém se debe obrigar a comemorar a data de 25 de Abril em
Portugal … mas … penso … a ninguém se debe impedir de fazé-lo
… ou não pudemos aprender nada com os nossos erros …
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ERNESTO
PINTO LOBO
A
historia é um animal propenso a uma doença cíclica … grave …
felizmente com cura … a amnésia.
Por
isso sinto a necessidade de investigar, conhecer e dar a conhecer o
passado – porque me importa … porque debe importar a todos …
porque não podemos dicidir em consciencia no futuro se não sabemos
do nosso passado.
Não
podemos viver na ignorância … nem somos avestruzes … nem meter a
cabeça debaixo da areia soluciona ou ajuda a solucionar nada … de
repente me veio á cabeça uma (das muitas) expressões do meu pai …
“a ignorância é sempre atrevida”.
Eu
tento colocar o meu grão de areia, como se fosse um antídoto para a
“amnésia historica”.
A
“AMNÉSIA HISTÓRICA” de hoje vai, muito especialmente, para
Portugal, Castelo Branco, cidade que me viu nascer … mas gostaria
de compartir-la com todos os meus leitores espanhois.
Hoje
vou falar de um homem que nasceu em 23 de Fevereiro de 1937, em
Tramagal, Abrantes, em pleno centro de Portugal, de seu nome ERNESTO
PINTO LOBO.
Depois
de terminar os estudios secundarios em Abrantes foi para Coimbra para
estudiar na Universidade de Letras.
Aí
se licenciou em Historia.
Pelo
seu matrimónio, ERNESTO PINTO LOBO passa a residir em Castelo
Branco, onde começa por ser professor de pedagogia e Director
Pedagógico da Aliance Française de essa cidade.
Pouco
a pouco, com os seus estudos e pesquisas tornou-se um especialista em
temas sociais e turisticos, e aparecem as suas primeiras publicações
no campo historico e etnográfico, colaborando em jornais e revistas
da especialidade.
Fundou
o “Centro de Estudos Etnográficos da Beira Baixa” e a revista
“Adufe”.
Fez
um rigoroso levantamento do panorama folclórico musical português
da “Beira Baixa”.
Nos
anos 60 entra para a “Orquesta Tipica Albicastrense” onde assume
funções de Presidente de Direcção em 1970.
Mais
a mais, cantava muito bem.
Um
dia, conversando eu com outro ilustre personagem, igualmente
injusticiado pela história (felizmente, e á data de esta
publicação, ainda vivo), Arlindo de Carvalho, este me dizia que não
conhecia a ninguém que cantasse tão bem a canção “Maria Faia”
como Ernesto.
Sobre
o grande compositor e interprete Arlindo de Carvalho, falarei outro
dia.
Ernesto
Pinto Lobo era tambiém um muito bom interprete de outro tipo de
musica portuguesa, que se lhe ficou dos tempos de estudante … o
fado de Coimbra.
Pessoalmente
conheci a Ernesto nos anos 70.
Ao
despontar da “Radio Juventude, Emissor Regional de Castelo Branco”,
ele foi um dos primeiros em apostar forte no nosso projecto e a dar a
sua sempre generosa colaboração.
Com
ele mantive longas conversas, todas interessantes e enrriquecedoras,
e nos meus programas sempre houve um espaço para uma rúbrica sua
sobre os temas de que tanto sabia.
Com
ele aprendi e descobri, muito sobre a historia de uma cidade que era
mais minha que sua, mas, pela qual, fez muito mais do que eu.
A
nossa fecunda colaboração durou mais de uma década até que a
vida, geográficamente, nos separou.
Mas
Ernesto não parou e até á sua morte manteve-se muito activo.
Foi
chefe da Divisão de Educação e Cultura da Câmara Municipal de
Castelo Branco e director da Biblioteca Municipal.
As
suas publicações, tanto escritas como em registos audio e em
imagens (no seu tempo em super 8) algumas por sorte recuperadas e
digitalizadas, são hoje um grande pilar sobre a historia de toda
essa região.
Em
20 de Março de 2000, dia da cidade, teve a sua ultima aparição
pública, falando sobre outro grande nome, Eurico Sale Viana.
Pouco
desfrutou do novo século nem do novo milénio … morreu a 21 de
Abril de 2000, victima de uma doença complicada aos 63 anos de
idade.
A
titulo póstumo a Camara Municipal de castelo Branco, atribui-lhe a “Medalha de Ouro
de Mérito Cultural” e deu o seu nome a uma rua.
No
entanto, parece-me muito pouco … o aniversário da sua morte passou
quase invisivel para todos quantos bebemos de essa grande fonte de
saber e de esse enorme poder de comunicação que foi Ernesto Pinto
Lobo.
Me
arriscaria a propor á Camara Municipal de Castelo Branco que se
desse á Biblioteca Municipal de esta cidade o nome de esta figura
pública.
Deixo
uma pregunta a quantos, como eu, passamos já dos 50 anos …
Preguntai
aos vossos filhos e filhas quem foi o Dr. ERNESTO PINTO LOBO … na
resposta conseguida encontrareis o trabalho de divulgação que todos
temos pela frente.
Os deixo um fragmento de um trabalho de Ernesto, gravado e apresentado por el mesmo.