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Sou
português, vivo desde há uma decada em Espanha e sou conhecedor das
duas realidades que se viveram e vivem dos dois lados de uma
fronteira que continua existindo.
A
minha passagem pela politica foi muito rapida … durou um par de
anos … logo fui consciente que não tenho poder de encaixe nem
jogo de cintura para isso.
Com
53 anos vivi e vivo na pele esta crise, que vi chegar um pouco antes
de explodir … e vou seguindo como espectador y como parte activa na
sua evolução a reacção da gente.
A
Portugal e a Espanha esta crise aponhou-os de maneira mais ou menos
igual.
Eu
tambem, como milhares (milhões) de outros fui afectado … eu tambem
fiquei desempregado, com 50 anos, e eu tambem, como muitos outros
tive que me reinventar … que lutar para seguir em frente e crear a
minha propria empresa … a mim ninguem me tirou do desemprego …
nenhum politico … nenhuma lei governamental … fui eu.
Tudo
isto da-me poder mental e argumentação suficiente para escrever
este texto.
Sento-me
no meu escritorio, olho os écrans dos computadores, das televisões
e as rádios e deixo que a informação fluia até a mim.
…
e é então quando me sinto estupido …
De
ambos os lados de essa fronteira que psicologicamente separa os dois
paises supostamente irmãos, chegam-me ecos dos mesmos problemas …
das mesmas lutas … dos mesmos movimentos …
…
e sinto-me estupido …
Vejo
países com profundos problemas económicos fazer greves gerais …
eu fui um revolucionario de esquerda … lutei pelo direito á greve
… mas não gosto de dar tiros no meu próprio pé.
…
e me sinto estupido …
Vejo
que ambos os países tiveram motivos comuns que levaram a esta
situação … concretamente os bancos … em ambos se começou por
ajudar a esses mesmos bancos a sobreviver economicamente … uma
ajuda para que “voluntariamente” contribuimos todos … espanhois
e portugueses … cidadãos em geral … os mesmos a quem, depois,
esses bancos embargaram e deixaram na rua …
…
e me sinto estupido …
Vejo
como se recortam e baixam os ordenados dos trabalhadores … e penso
… com menos ordenado eu compro menos … se eu compro menos quem
vende venderá menos … ou seja … se o poder aquisitivo baixa toda
a economia se estanca … as fabricas têm menos procura, necesitam
produzir menos e, logicamente precisam menos empregados … ou seja …
mais gente para o desemprego …
…
e me sinto estupido …
De
ambos os lados dessa linha imaginária que na estrada separa Badajoz
de Elvas chegam-me gritos desesperados, apontando os altos ordenados
dos politicos, os seus previlegios … as suas pensões vitalicias …
Portugueses
e Espanhois estão unidos no pensamento de que se os recortes
começassem pela classe dirigente … aqueles a quem nós votamos (
ou não), a crise se solucionaria mais rapida e facilmente.
Mas
… quem avança nesse sentido?
Quem
vai decidir terminar (por exemplo) com a pensão vitalicia dos
ex-presidentes do governo e da Republica ( no caso de Portugal)?
Quem
terá a coragem de dizer aos nossos dirigentes … utilizem o vosso
carro para ir diariamente para o parlamento (ou o transporte publico)
como qualquer cidadão para ir trabalhar … pagai a renda da vossa
casa como qualquer outro comum mortal … e disfrutai das vossas
pensões no regimen que eu e os demais temos.
Quem
avança?! Ninguem!!!
…
e me sinto estupido …
Olhando
o futuro eu imagino que Espanha e Portugal, tal como o resto da
Europa, sairão, pouco a pouco de esta crise ciclica e internacional.
Talvez
Espanha o faça mais rapido … não é uma questão de intelgencia …
é uma questão de mentalidade, de produtividade e de infraestruturas
produtivas que Portugal tem menos.
Talvez
um dia, algum sociólogo explique esta situação economica e social
de inicio do milénio … talvez, então, eu compreenda os politicos
e a politica …
Agora
… sinceramente … não posso … e por isso …
…
sinto-me estupido …
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