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Concluiu esta segunda-feira, a série de televisão “ TEMPO ENTRE COSTURAS”, produzida por Boomerang TV, uma productora espanhola criada em 1998 por Pepe Abril e Pedro Ricote, que nos acompanhou nas noites de segunda desde 21 de outubro passado … bem … não a todos …
Passo a explicar …
Vou dar-vos um exercicio de imaginação … olhai o écran da vossa televisão de plasma … apagada … fechai os olhos … imaginai … uma enorme estação de comboios … não importa onde … não importa em que época … um enorme comboio esta preparado para iniciar su viagem … não interessa o destino … pouco a pouco … lentamente inicia o seu movimento … ao mesmo tempo, ao fundo, abre-se uma porta da estação e entro eu … correndo … pretendo apanhar esse comboio para o qual tenho bilhete para a primeira carruagem … metade do comboio saiu já da zona de embarque … corro como um louco … no ultimo momento salto para a ultimo vagão … então … já dentro, paso de uma a outra carruagem … até ao meu lugar …
Bem … desculpem … não pude evitar-lo … o comboio é esta série, a estação é a minha televisão … e eu … sou eu mesmo … e tal como neste mini guião … apanhei a série no ultimo dia.
Estive informado desde o primeiro momento sobre esta obra, mas por varios motivos, não me foi possivel ver os primeiros episódios … reservei-me para o final … esta segunda feira o canal NOVA fez uma maratona transmitindo os dez episodios seguidos (menos o ultimo). Aproveitando o meu trabalho, segui-a todo o dia e, como todos, á noite vi o final.
A outra solução era comprar o pack completo que já está disponivel.
Falando de “TEMPO ENTRE COSTURAS” … estamos tratando de um excelente livro de Maria Dueñas, que, honestamente ainda não li … mas que catalogo de “excelente” pelo numero das sua vendas … quase 3 milhões de exemplares vendidos … traducido em 25 idiomas.
A historia recorre 3 países, Espanha, Marrocos e Portugal, e concretamente 8 cidades: Madrid, Toledo, Guadalajara, Cascais, Estoril, Lisboa, Tanger e Tetuan … não rigorosamente por esta ordem … e leva-nos a tempos da Guerra Civil Espanhola e Segunda Guerra Mundial.
Episódios cheios de emoção, com um elenco de luxo, onde sobressai o trabalho da jovem actriz Adriana Ugarte, a que, para sempre será, segundo a mesma Maria Dueños, a cara de Sira Quiroga … o Arish Agoriuq …
Todo o elenco é extraordinário … inclusivel os actores portugueses que aparecem nos ultimos episódios, especial destaque para o consagrado João Lagarto, no papel de um intranhavel “chofeur”, ou Filipe Duarte, no duro Manuel da Silva.
A realização esteve repartida por 3 directores: Norberto Lopes Amado, Iñaki Peñafiel e a grande promessa … Ignacio Mercero, filho de cineasta (Antonio Mercero) e irmão de guionista (Antonio Santos Mercero) e que já estamos habituados a ver por detrás das câmaras em capitulos de séries como: Gran Reserva, Física ou Quimica, El comisario, Lobos, Hospital Central ou La vida en el aire, entre outros.
A série tem algumas particularidades interessantes … foi rodada em 254 cenários, sem utilizar um único platô … foram feitos 400 fatos por medida e alugados 1500 … dezenas de carros antigos foram utilizados, ainda que alguns nem tinham motor ou não funcionavam.
Tentaram utilizar paisagens naturais antigas, ainda que, em alguns casos foi necessario usar engenho e arte para tapar, ou camuflar artilugios modernos, como placas de publicidade ou parquimetros.
O resultado foi fenomenal.
Tenho, no entanto, que deixar alguma que outra critica … parece-me que para uma producção deste nivel as cenas de maior suspense ou de algum perigo evidente são tratadas com alguma ligeireza … as chamaria de muito “softs” … penso que não seria necessario mais dinheiro, nem mais elenco para conseguir um resultado com mais intensidade … mais credivel …
Mas o resultado final é positivo.
A mim, esta historia toca-me profundamente, sendo eu filho de um alfaiate e uma costureira e estando, de certa maneira, acostumado a ambientes de costura … mas de homens …
Para finalizar deixo-vos dois detalhes curiosos, consequencia da qualidad de esta série: aumentou em Espanha a venda de máquintas de costura … e, segundo as agencias de viagens, aumentou a procura de destinos turisticos em Lisboa e Cascais, zonas presentes na parte final.
Deixo uma mensagem para Maria Dueñas, autora da história:
“--- Peço perdão pelo atrazo … predisponho-me agora a ler atentamente o teu livro.”
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